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domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Clockwork Orange (1971)

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“There was me, that is Alex, and my three droogs, that is Pete, Georgie, and Dim, and we sat in the Korova Milkbar trying to make up our rassoodocks what to do with the evening. The Korova milkbar sold milk-plus, milk plus vellocet or synthemesc or drencrom, which is what we were drinking. This would sharpen you up and make you ready for a bit of the old ultra-violence.”

Quais os parâmetros por detrás da perfeição?
Eu lembro-me da primeira vez que vi A Clockwork Orange. Não me lembro dos detalhes à minha volta mas lembro-me do ecrã e lembro-me de estar agarrado a esse mesmo. A música entrava-me pelos ouvidos enquanto Alex (Malcolm McDowell) ditava a sua história e a dos seus três droogs. O planos para a noite, a luta, a violação, a humilhação – the old ultra-violence. Iria ser, como de costume, um verdadeiro horrorshow.
Assim, após estes dias de ultra-violence, Alex é preso e irá submeter-se ao tratamento de Ludovico a fim de se curar da violência que pairava na sua mente e para fugir à prisão.
Este foi o meu primeiro filme de Stanley Kubrick. Um verdadeiro génio que nesta obra cria um novo mundo, uma nova linguagem e uma nova visão do mundo, tudo isto através dos seus olhos visionários onde a sua realização é perfeita. Aliás, A Laranja Mecânica é uma verdadeira obra-prima que deve ser visionava por todas as pessoas deste mundo. É cruel, seco e violento mas é, igualmente, um retrato fidedigno da sociedade dos dias de hoje.
E assim acaba. Encontro o parâmetro de perfeição, (não acrescentar ou retirar algo), ao qual Clockwork Orange cumpre ao som de Ludwig Van Beethoven e das palavras de Alex – “I was cured, all right”.

nota 10

6 comentários:

Ricardo disse...

"Um verdadeiro génio que nesta obra cria um novo mundo, uma nova linguagem e uma nova visão do mundo, tudo isto através dos seus olhos visionários onde a sua realização é perfeita. "

A realização até pode ser perfeita, mas o Kubrick não cria nada, muito menos a linguagem. Esse mérito é do Burgess, que escreveu o livro em que o filme se baseou.

E por sinal o livro é ainda mais cruel do que o filme.

DiogoF. disse...

É magnífico, magnífico. Também foi o primeiro do Kubrick que vi, o que ainda teve mais impacto.

RICARDO, vais-me desculpar mas dizer que o Kubrick não cria nada é completamente ao lado. Acabas de dizer que a realização é perfeita, como podes afirmar que ele não cria nada ? Certamente que o livro tem o seu imenso mérito, quer na linguagem, quer nas personagens, quer na história. Mas o que o K. fez aqui foi das coisas mais difíceis que há em cinema, que é adaptar um livro e, ainda por cima, fê-lo com tamanha inovação (utilizar a música como ele, como o fez em outros filmes, nunca ninguém tinha feito e mudou paradigmas), tamanha sensibilidade, tamanha destreza estética e intelectual (modernismo, classe, violência, crueldade, humor negro, ironia, como criar isto em imagens ?).

Um visonário, este senhor, não só materialmente, mas em termos e reflexão e critica social e política.

Bruno Cunha disse...

Ricardo e Diogo, Kubrick criou aqui um mundo, um mundo que um livro não poderia criar. Uma atmosfera sonora que um livro não consegue criar. Se por um lado um livro consegue caçar esmiuçar uma história, um filme consegue criar distracções e adereços perceptíveis ao olhar mais atento e apurado e isso foi a grande linha que separa Kubrick de Burgess. Pois todos conseguem adaptar um livro para filme. Mas fazê-lo tão bem como Kubrick é que é a questão.

Ricardo disse...

Eu nao disse que a realização era perfeita, eu apenas admito que vocês possam pensar isso. O que estava a tentar dizer era que nao foi ele a criar aquela linguagem nem a história em si, como o Bruno escreveu. Foi tudo inventado pelo Burgess no livro.

ArmPauloFerreira disse...

É um grande filme e ousado (principalmente na altura), contudo, já me recordo mal deste filme para poder entrar na discussão. Teria de o rever.
Não é o filme de Kubrik que mais venero pois acho que a obra-prima dele continuará a ser o "2001" mas "Clockwork Orange", "The Shinning", "Full Metal Jacket" serão sempre obras excepcionais, arte cinéfila em estado puro. O derradeiro filme dele é outro que adoro bastante e gosto de rever, apesar de não ser visto pela critica em geral como uma grande obra do mestre (prefiro-o ao Barry Lindon por ex).
Já faeli sobre Kubrik em Um realizador: Stanley Kubrik...

Sarah disse...

A Clockwork Orange apresenta-se como uma obra quase impossível de caracterizar, pois mais uma vez Kubrick mostra-nos a sua visão enigmática, desconcertante, irreverente e indecifrável, mas acima de tudo brilhante. E é isso que faz de Kubrick dos maiores cineastas de todos os tempos! Adorei este filme, acho que está incrível, e penso que Malcom MacDowel está sublime no filme.

Sarah
http://depoisdocinema.blogspot.com